Amigo Do UTG (Trinca
de J) X Daniel (Trinca de 9) x Fabiano (As High Card)
Eu estava
mais tranquilo porque recém havia conseguido dobrar minha stack num Flip QQ X
A4 suíted de Daniel, quando recebo um A7 de ouros no big blind, o UTG abre
raise padrão (1800), os blinds estavam 400 / 800 nesse nível do torneio, o
Amigo do UTG (o qual peço desculpas pois não lembro o nome), era um jogador que
recém tinha chego à mesa, havia apresentado um único showdown até então (35
off), entregando metade de sua stack à Adriel que fechara uma sequencia contra
seus dois pares, então é justo dizer que eu não conhecia seu estilo de jogo,
mas abrindo raise do UTG a gente já tende a coloca-lo num range de mãos bem
específico, eu diria um grupo 1 onde temos a nata do Texas Holden (AA/ KK/ QQ/
JJ/ AK e AQ), as ações seguem com folds de Kassiano e Adriel, Daniel no botão
opta por call, Alysson no small blind folda, e eu então acabo completando a
diferença para ve
r este flop.
Bem, vamos
jogar um A7 de ouros, sem posição com um raise do UTG e um call do botão,
analisando agora, já parece o cenário perfeito pra uma tragédia, mas naquele
momento, o A7 naipadinho parecia tão bonitinho e afinal era pouco pra
completar, um blind e meio só, é ai que as coisas começam a se encaminhar para
uma desgraça.
O Flop vem
K/ J/ 9 com duas de ouros, eu flopo o “nuts flush draw”, poderia até sair
donkbetando a parada, tentando bloquear as ações dos meus oponentes, e ver o
turn pelo preço que eu achava justo, porém, o donkbet é uma jogada que não faz
parte do meu repertório, eu opto por check, até porque certamente, tenho
consciência de que estava perdendo a mão pré flop, e continuava nesta situação
agora.
Pela lógica
o UTG, C-betaria, até porque esse flop veio cheio de draws, então se analisarmos
o range que demos a ele no início, ele vai C-Betar mesmo que tenha trincado,
pois os draws para sequencia e flush ameaçam até mesmo a trinca, certo? Bem,
isto é o que eu faria na situação dele tendo aquele range, porém ele opta por
check, então aqui eu cometo um erro grosseiro, que foi analisar a situação como
se estivesse no lugar dele, pela minha lógica de jogo, e assim eu descarto da
mão dele praticamente todas as mãos que eu havia pensado que ele tivesse, pois
acredito que ele protegeria a maioria delas neste caso, sobra-me pensar que ele
estaria com AQ/ QQ, mãos que ele pudesse estar atrás ou incompleto, optando por
check para controlar o pote e ver um showdown barato.
A ação chega
em Daniel que tem a melhor posição, e ele beta (1800), menos de meio pote
portanto, o que pra fim ficava claro que era uma tentativa de “compra-lo”,
poderia ter pego um par do meio, um boton par, ou até mesmo ter um par na mão
que fosse abaixo do flop, mas sentindo a fraqueza que a mesa demonstrava,
tentou raptar o pote, acho justo, mais um erro cometido ao restringir a leitura
do bet de Daniel à isto.
Agora a
decisão está comigo, fold, afinal não tenho nada, mas largar um “nuts flush
draw” é uma decisão difícil, call, mas ver o turn não bater a folha de ouros e
ter que pagar outra pancada que virá depois tendo que acabar largando também
não me pareceu a decisão correta, então sobrou-me 3-betar Daniel, sim, reraise
na cabeça do maluco ladrão de potes, assim demonstro que “EU ACERTEI O FLOP”,
podem dar fold que essa já era pra vocês.
Estava óbvio
para mim no momento que 3-betar aquele flop era o melhor a se fazer, certamente
o meu amigo do UTG largaria, pois já sabia que a situação tinha ficado ruim pro
seu QQ ou AQ, e Daniel caso não estivesse somente roubando o pote daria call
flop, check turn e eu poderia ver o ríver de graça caso não tivesse feito o
flush no turn, estratégia perfeita, 3-Bet beirando os 4000 e agora esperamos os
folds alheios.
O problema é
que o meu Amigo UTG, não só, não dá fold, como vem de call All In com suas 2500
fichas restantes, o que faz com que aumente as odds do pote para que Daniel dê
call, o outro grande problema é que Daniel, não apenas da call, ele vem de
4-bet All In, com todas suas 6800 fichas restantes, o que significa que para eu
continuar no pote, terei que também dar um Call All In, ou praticamente isso,
uma vez que dar este call e perder, sobraria-me na stack uma única blind para o
restante do torneio e a estratégia perfeita estava desenhada para ir água
abaixo.
Olha o
tamanho da encrenca que eu fui arrumar, um Fold nesta situação e deixar metade
da minha stack no pote estava fora de cogitação, até porque a essas alturas, eu
tinha Odds para dar este call. O call embora acertado entregava meu torneio as
mãos da sorte, afinal toda stack estaria na mesa, numa mão incompleta, mas a
essa altura, era o que tinha que ser feito, não havia margem para fold, Call e
showdown pré turn.
Amigo UTG
apresenta (JJ) e Daniel (99), os dois trincados, vou para turn/ ríver com 8
outs (um dos 9 de Daniel era de ouros, o que me tirava um out), o turn vem com
10 de copas, o que me deu mais 6 outs (as damas e os oitos) para um sequência, no
ríver para minha tristeza traz o 2 de copas, era o fim do torneio para o The
Analyzer, que analisou toda a jogada igual sua cara, arça do car****.
Esta vai para
reflexões meu amigos, o que vocês fariam diferente?
Fold pré
flop porque jogar um A7 na pior posição e com raise do UTG já era prenuncio de
roubada?
Estando no
flop, um call no raise de Daniel seria o mais acertado, ou até mesmo um fold,
afinal largando ali uma mão incompleta, teria uma stack restante de 6 à 7 big
blinds e poderia esperar uma melhor hora para tentar dobrar novamente?
Pode ser que
apareça alguém que concorde com a jogada, talvez mesmo sem ter logrado êxito,
ela possa ter sido acertada, eu confesso, que já vi e revi várias vezes na
minha mente, e não sei a qual conclusão chegar.
Vida que
segue, e o baralho continua castigando.
Um abraço e
até a próxima.

Então por um acaso vcs sabem se vai acontecer o satélite de hoje?
ResponderExcluirpor favor se souberem me avisem obrigado.