segunda-feira, 17 de junho de 2013

Unforgettables Hands - O Valete que Todos Queriam Ver

Carbonera (Sequência de K a 9)  X Fabiano (Pares KJ) e Tio Lu (Pares J4)

Penso que o valete, é a carta mais difícil de se jogar no Texas Hold´en, o valete é aquele aluno que não é suficientemente burro pra sempre ficar em recuperação, e nem inteligente e esforçado para ser o destaque da turma (Mano diria que conhece alguém assim).

A primeira coisa que pensei quando recebi o Juscelino (JK) com ambas cartas de copas, foi o quanto detesto jogar o valete, a segunda foi pensar que aquela mão poderia colocar-me de novo na disputa, uma vez que até então, com as mãos ruins havia perdido e com as mãos boas também, fracassara miseravelmente em praticamente tudo que tentara, a não ser os folds pré flop.

Mano no UTG foldara, Tio Lu e Carbonera (no UTG+1 e Hijack respectivamente), entraram de limp, demonstrando que queriam especular aquele flop, Eu do cutoff optei pelo raise padrão (3 big´s), fazendo com que Daniel, Cleber e Kassiano, foldassem, na sequência das ações, tanto Tio Lu como Carbonera chamaram call, e assim veríamos a abertura do flop.

(4/8/10), para mim, embora não tivesse acertado nada, não era o pior dos cenários, tinha a melhor posição, e com duas overscards, ainda poderia prevalecer mesmo que meus oponentes tivessem encontrado algo no flop (o que aparentemente era o que havia acontecido), quando Tio Lu encaminhara raise, seguido por call de Carbonera, eu ainda tinha chances remotas de flush e sequência, mas não optei por essa linha de raciocínio, meu intuito era tentar achar um par no turn, seguindo pro ríver com algo mais concreto.
O turn, atendendo prontamente os meus pedidos, trouxe-nos um valete (J), essa certamente é uma daquelas ironias que somente o poker nos reserva, pois aquele valete, atendera não somente os meus pedidos, mas também os de Tio Lu e Carbonera, quando ele apareceu imagino que os pensamentos foram:

Meu – Agora vai – par de valetes e rei de kicker!!!
Tio Lu – Agora vai – dois pares (valete e quatro)
Carbonera – Agora foram – fechei a sequência!!!

Como pode? O mesmo momento em que achei que poderia vencer a mão, foi o momento que minhas chances de vencê-la tornaram-se zero, quando abriu aquele valete no turn, acabara a mão pra mim, Tio Lu ainda poderia prevalecer caso o ríver trouxesse outro valete ou quatro (chances de 7,14% de possibilidades) enquanto Carbonera (com 92,86% de chances para êxito), apenas imaginava uma estratégia de como extrair o máximo de fichas possíveis daquela jogada.

Digamos que o ríver, e eu, facilitamos em 596% a estratégia de obtenção de fichas de Carbonera, um Rei caíra sobre a mesa, com sua coroa na mão, rindo da minha cara como quem dissesse (vim aqui para você dar um all in seu otário), sim, desgraça pouca é bobagem, não bastasse eu achar que venceria a mão com valete no top par, o ríver traz um rei, eu fecho o segundo par e não hesito em falar all in, mas engraçado que quando Carbonera (mesmo sem ser a sua vez) chamou call de prontidão, percebi que havia algo errado, no momento, até pensei em voltar na minha decisão, mas isso seria digamos anti-ético, carregaria essa marca negativa comigo para sempre, a bobagem já estava feita, o jeito era seguir com ela até o fim, não bastasse isto, Tio Lu também encaminhara all in, e certamente nem na melhor estratégia que a grande cabeça pensante de Carbonera pudesse montar, ele achou que conseguiria tantas fichas numa só mão.

Carbonera (Sequência de K a 9)  X
Fabiano (Pares JK) e Tio Lu (Pares J4)
No showdown, apenas a confirmação do que já sabia desde quando havia falado a bobagem (quero dizer all in), Carbonera fechava a sequencia, tirava do torneio Tio Lu e eu (ambos com dois pares), e encaminhava a vitória do SAP 18, que naquele momento parecia líquida e certa, tanto a ponto de Mano (então líder) me dar os parabéns pela m**** que havia feito, confirmando com, “você acabou de mudar os rumos do torneio”, salvo engano, teve um arça ou Zé depois, finalizando a frase.

A partir dali, Tio Lu recorreu ao empréstimo, voltou para o torneio e jogou tão bem a ponto de pagar o banco e sair com um superávit de mais de 6 mil fichas, na linha contrária, Carbonera (talvez por confiança de que sua stack não teria fim) começou a pagar algumas apostas digamos “estranhas” e acabou apenas na quarta colocação, o título ficaria com o Decano, que neste sábado resolveu fechar a borracharia emprestando-a para seu irmão caçula (eu).
Eu segui com meus tormentos, pensando em porque o ríver era sempre tão cruel com minha pessoa, optei por não recorrer ao banco, ficando apenas de dealer, lamentando que naquele dia uma das marcas que mais me orgulhava (a de ser o único membro do SAP que jamais havia zerado) havia ido pras cucuias, ironicamente isso foi acontecer no que chamo de “terra bendita”, o Monumental Rabbit Hole, onde consegui as três vitórias de SAP que tenho.

Para finalizar, lembrei-me duma célebre e sabia frase de meu pai Al “MoneyKeeper” David – “É pura bucha”!!!

Abraço e até a próxima.

Fabiano David

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