domingo, 23 de junho de 2013

Unforgettables Hands - Figuras Repetidas de Alegria e Tristeza - Ríver e Valetes

Kelly (Quadra J)  X Cristiano (Full House 6J)

Primeiramente quero agradecer ao pessoal da organização do torneio, pela divertidíssima tarde de poker que tivemos, o delicioso entrevero que comemos e pelas novas amizades conquistadas, várias foram as mãos importantes que tivemos ao longo de todo o torneio (foram praticamente 7:30hs de jogo até a decisão), falarei na coluna de hoje um pouco de tudo que aconteceu, e brevemente citarei uma mão em especial que ficará na memória de todos.

Cristiano não estava numa tarde feliz de poker (foi o único jogador a fazer rebuy), e vinha numa sequência de perdas de fichas sucessivas, quando viu em seu (66) a chance de recuperar-se, encaminhando all in, fazendo com que todos os jogadores foldassem, excessão feita a Kelly, que instou call fazendo com que tivéssemos um showdown pré flop.

Kelly - 5ª Colocada do Poker no Vale
Quando viu os “ganchos” (JJ) de Kelly, Cristiano prontamente recolhera o kit inverno, seu celular e o boné, e tentava lembrar onde havia deixado a sorte, que não lhe acompanhara no dia de ontem, como se não bastasse, via o flop trincar o valete de sua oponente, tornando o que já estava bem difícil, em algo improvável, agora somente os dois 6 restantes do baralho vindo no turn/ ríver, o salvariam da eliminação.

Como citei na última coluna “desgraça pouca é bobagem”, no turn bate o outro valete, Kelly fecha a quadra e Cristiano sob aplausos dos demais integrantes da mesa vai despedindo-se de todos, cumprimentando um a um, agora ele torcia apenas para que aparece-se um quinto valete no ríver e ele pudesse voltar aquela mão alegando um problema no baralho, o que em se tratando de ríver, não era de se duvidar.

É do conhecimento de todos que nos acompanha, que o ríver é um ser sem coração, sem escrúpulos e que não tem um único pingo de sensibilidade, adora zoar da cara dos que perdem uma mão importante, esta por exemplo, já estava decidida, uma quadra de valetes totalmente nuts no turn, ele poderia nos trazer um A, uma Q, um 7, o que fosse, mas não, ele traz o 6, trincando o par de Cristiano fazendo com que fosse eliminado tendo um full house, quanta crueldade.

Kelly (Quadra J)  X Cristiano (Full House 6J)
Sem dúvida, em termos de ranking de mãos, foi a maior de todas que vi ao vivo, uma quadra vencendo um full house, com certeza uma mão que para sempre será lembrada.
No que tange a participação dos membros do SAP no certame, acredito que nossas principais metas foram atingidas, a de não termos nenhum integrante fazendo rebuy, e a de termos pelo menos um ITM.

Carbonera diferentemente dos outros três começou bem agressivo, ganhando um pote e perdendo dois logo de cara, e a partir dali resolveu dar uma puxada no freio, tocando um jogo que variava entre tight e agressivo, penso que ao abandonar um AK, pós flop, que acabaria terminando com a melhor mão no showdown, sua mente tenha sido abalada e a partir daquele momento seu jogo encaminhava-se para a eliminação, terminando o torneio na oitava colocação.
Mano puxara vários potes e vinha numa tarde inspirada, jogando agressivo e travando grandes embates particulares com nosso amigo “Zebu”, porém, uma bad beat, com (AJ), o transformou de jogador em espectador, ao ver o flop (A/ J/ 10), não hesitou em fazer um movimento all in, vencer aquela mão o deixaria chip leader no momento, porém Zebu, instou call com (KQ), e mandou o Decano pra um congelante descanso, terminando o torneio em sétimo lugar.

Eu era chip leader na ocasião que recebi um (JJ) – (sempre você né seu filho duma p***), e como sou teimoso, ao invés de folda-lo pré flop resolvi jogar alguma fichas com ele, normalmente quando se tem (JJ), bate um K ou A no board e você fica morrendo de medo, desta vez, diferentemente do normal, meu (JJ) chegou overpair no showdown (o top era 10), e eu estava animado, porém Zebu (que também pode ser conhecido agora como “The Exterminator David´s brothers”), apresentou uma sequência, fazendo com que eu passasse de chip leader a short stack, a partir dali, meu jogo não teve mais estratégia, somente movimentos all in pré flop alternados que me levaram ainda até a quarta colocação, quando com (A10), recebi call de Dan com (JQ), e logo no flop bateram dois valetes (agora vocês apareceram né seus filhos da p***), me deixando fora do dinheiro por uma posição.

Dan foi o melhor membro SAP do certame, ficando ITM, chegando na terceira colocação, como sempre mostrou um jogo seguro, puxando vários potes, lembraremos com carinho de uma mão onde com (QQ), enfrentou nosso amigo Inaude com (AA), e para desespero do oponente, a dama trincara no flop, o que certamente foi um dos auges do torneio, Inaude mostrou uma grande força psicológica ao não tiltar depois desta mão, recuperou-se, e voltou para o jogo brilhantemente a ponto de vencer o torneio (o título foi dividido com o nosso colega João Paulo quando ambos chegaram a um acordo em hands-up).

Acredito que Dan tinha potencial para vencer e levar o melhor prêmio, talvez o desgate psicológico das horas sucessivas de jogo, fez com que comete-se um erro de avaliação numa outra mão com Inaude envolvendo damas, porém nesta Dan não logrou êxito e comprometeu boa parte de sua stack, uma pena.

De qualquer modo, penso que a participação do SAP, foi positiva, acredito que todos acrescentaram coisas novas ao seu jogo, nossos adversários além de mais experiência mostraram-se todos conhecedores e estudiosos da matéria, o que para nós que estamos praticamente começando (chegando a 7 meses de SAP), foi muito valioso.

Apenas como registro, gostaria de citar que algumas mãos possuem nomes particulares, o (JJ) por exemplo é chamado de “ganchos”, o (AA) de “bullets”, como não citar o (10 2) mundialmente conhecido como “Texas Dolly” (mão com a qual o Doyle Brunson, venceu dois WSOP seguidos), eu ainda não tenho nenhuma mão da sorte (só de azar), mas nosso amigo Zebu jamais folda ou foldará um (10 5), o que batizaremos para a eternidade como “Zebu´s Hand”.

Um abraço e até a próxima.
Fabiano David

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