Kelly (Quadra J) X Cristiano (Full House 6J)
Primeiramente quero agradecer ao
pessoal da organização do torneio, pela divertidíssima tarde de poker que
tivemos, o delicioso entrevero que comemos e pelas novas amizades conquistadas,
várias foram as mãos importantes que tivemos ao longo de todo o torneio (foram
praticamente 7:30hs de jogo até a decisão), falarei na coluna de hoje um pouco
de tudo que aconteceu, e brevemente citarei uma mão em especial que ficará na
memória de todos.
Cristiano não estava numa tarde
feliz de poker (foi o único jogador a fazer rebuy),
e vinha numa sequência de perdas de fichas sucessivas, quando viu em seu (66) a
chance de recuperar-se, encaminhando all
in, fazendo com que todos os jogadores foldassem, excessão feita a Kelly,
que instou call fazendo com que
tivéssemos um showdown pré flop.
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Kelly - 5ª Colocada do Poker no Vale |
Quando viu os “ganchos” (JJ) de
Kelly, Cristiano prontamente recolhera o kit inverno, seu celular e o boné, e
tentava lembrar onde havia deixado a sorte, que não lhe acompanhara no dia de
ontem, como se não bastasse, via o flop
trincar o valete de sua oponente, tornando o que já estava bem difícil, em algo
improvável, agora somente os dois 6 restantes do baralho vindo no turn/ ríver, o salvariam da eliminação.
Como citei na última coluna
“desgraça pouca é bobagem”, no turn
bate o outro valete, Kelly fecha a quadra e Cristiano sob aplausos dos demais
integrantes da mesa vai despedindo-se de todos, cumprimentando um a um, agora
ele torcia apenas para que aparece-se um quinto valete no ríver e ele pudesse voltar aquela mão alegando um problema no
baralho, o que em se tratando de ríver,
não era de se duvidar.
É do conhecimento de todos que
nos acompanha, que o ríver é um ser
sem coração, sem escrúpulos e que não tem um único pingo de sensibilidade,
adora zoar da cara dos que perdem uma mão importante, esta por exemplo, já
estava decidida, uma quadra de valetes totalmente nuts no turn, ele poderia
nos trazer um A, uma Q, um 7, o que fosse, mas não, ele traz o 6, trincando o
par de Cristiano fazendo com que fosse eliminado tendo um full house, quanta crueldade.
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Kelly (Quadra J) X Cristiano (Full House 6J) |
Sem dúvida, em termos de ranking
de mãos, foi a maior de todas que vi ao vivo, uma quadra vencendo um full house, com certeza uma mão que para
sempre será lembrada.
No que tange a participação dos
membros do SAP no certame, acredito que nossas principais metas foram
atingidas, a de não termos nenhum integrante fazendo rebuy, e a de termos pelo menos um ITM.
Carbonera diferentemente dos
outros três começou bem agressivo, ganhando um pote e perdendo dois logo de
cara, e a partir dali resolveu dar uma puxada no freio, tocando um jogo que
variava entre tight e agressivo, penso que ao abandonar um
AK, pós flop, que acabaria terminando com a melhor mão no showdown, sua mente
tenha sido abalada e a partir daquele momento seu jogo encaminhava-se para a
eliminação, terminando o torneio na oitava colocação.
Mano puxara
vários potes e vinha numa tarde inspirada, jogando agressivo e travando grandes
embates particulares com nosso amigo “Zebu”, porém, uma bad beat, com (AJ), o transformou de jogador em espectador, ao ver
o flop (A/ J/ 10), não hesitou em fazer um movimento all in, vencer aquela mão o deixaria chip leader no momento, porém Zebu, instou call com (KQ), e mandou o Decano pra um congelante descanso,
terminando o torneio em sétimo lugar.
Eu era chip leader na ocasião que recebi um (JJ) – (sempre você né seu
filho duma p***), e como sou teimoso, ao invés de folda-lo pré flop resolvi jogar alguma fichas com
ele, normalmente quando se tem (JJ), bate um K ou A no board e você fica morrendo de medo, desta vez, diferentemente do
normal, meu (JJ) chegou overpair no showdown (o top era 10), e eu estava
animado, porém Zebu (que também pode ser conhecido agora como “The Exterminator
David´s brothers”), apresentou uma sequência, fazendo com que eu passasse de chip leader a short stack, a partir dali, meu jogo não teve mais estratégia,
somente movimentos all in pré flop
alternados que me levaram ainda até a quarta colocação, quando com (A10),
recebi call de Dan com (JQ), e logo
no flop bateram dois valetes (agora
vocês apareceram né seus filhos da p***), me deixando fora do dinheiro por uma
posição.
Dan foi o melhor membro SAP do
certame, ficando ITM, chegando na terceira colocação, como sempre mostrou um
jogo seguro, puxando vários potes, lembraremos com carinho de uma mão onde com
(QQ), enfrentou nosso amigo Inaude com (AA), e para desespero do oponente, a
dama trincara no flop, o que
certamente foi um dos auges do torneio, Inaude mostrou uma grande força
psicológica ao não tiltar depois
desta mão, recuperou-se, e voltou para o jogo brilhantemente a ponto de vencer
o torneio (o título foi dividido com o nosso colega João Paulo quando ambos
chegaram a um acordo em hands-up).
Acredito que Dan tinha potencial
para vencer e levar o melhor prêmio, talvez o desgate psicológico das horas
sucessivas de jogo, fez com que comete-se um erro de avaliação numa outra mão
com Inaude envolvendo damas, porém nesta Dan não logrou êxito e comprometeu boa
parte de sua stack, uma pena.
De qualquer modo, penso que a
participação do SAP, foi positiva, acredito que todos acrescentaram coisas
novas ao seu jogo, nossos adversários além de mais experiência mostraram-se
todos conhecedores e estudiosos da matéria, o que para nós que estamos
praticamente começando (chegando a 7 meses de SAP), foi muito valioso.
Apenas como registro, gostaria de
citar que algumas mãos possuem nomes particulares, o (JJ) por exemplo é chamado
de “ganchos”, o (AA) de “bullets”, como não citar o (10 2) mundialmente
conhecido como “Texas Dolly” (mão com a qual o Doyle Brunson, venceu dois WSOP
seguidos), eu ainda não tenho nenhuma mão da sorte (só de azar), mas nosso
amigo Zebu jamais folda ou foldará um (10 5), o que batizaremos para a
eternidade como “Zebu´s Hand”.
Um abraço e até a próxima.
Fabiano David
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