Márcio (Full House
8 e K) X Tio Lu (Mysterious Hand)
Há duas coisas que jamais faltaram num SAP, um full house e junto a ele, alguém levando uma fumada forte, a história não seria diferente neste, embora tenhamos tido inúmeras novidades para este torneio.
Liderando de forma absoluta após abocanhar praticamente todo
stack de Kassiano, Tio Lu não se dava
por satisfeito e fronte a um raise
considerável pré flop de Mano (o que
levou todos os outros jogadores a fold),
não hesitou em dar call e ver no que
seu jogo poderia tornar-se, até porque teria vantagem na posição de mesa e
certamente não perdoaria nenhuma mostra de fraqueza do seu oponente.
Ao ver o (10, 8 e 6) no flop,
Mano acertava um par (8), mas temia por pressão, afinal, várias eram as mãos
possíveis que venceriam seu jogo naquele momento, um par de 10, todos os over
pares possíveis, trincas e até mesmo uma sequência (lembrando que para Tio Lu
não jogar um 97 é como uma ofensa a sua honra e reputação), Mano tinha mais
temores do que certezas, principalmente quando recebera um re-raise, mas aquela altura, um percentual relativamente grande do
seu stack estava no pote, pensara muito em fold, sabendo que um call
seria um caminho sem volta, só lhe restariam duas coisas, torcer e muito para
que sua mão melhora-se com a virada do turn/
river ou que Tio Lu estivesse num blefe descarado, o que embora pareça
contraditório, não era o que se apresentava para o momento.
Após o incentivo/pressão do grupo que estava fora da jogada,
Mano sentiu-se como se na obrigação de dar call
ao re-raise de Tio Lu, possibilitando
a sequencia da jogada, chegou a admitir antes de tomar a decisão que talvez
tivesse cometido um erro de avaliação, mas quando virou-se o turn (K), lembrei-me de um frase que
ouvi de Eduardo Homem de Melo: “Sorte é o
momento que a competência encontra-se com a oportunidade”, Mano fechava o
segundo par, o Top Par, não pestanejou em dar um raise de 80% da sua stack
(7000 fichas), suas possibilidades aumentavam mesmo sabendo que sua mão ainda
era fortemente ameaçada, decidiu correr o risco, afinal eram dois pares, sendo
que ainda poderia encaixar um full house
na virada do river, por sua vez, Tio
Lu, acanhou-se, e agora era ele quem se encontrava com a pressão externa do
grupo, o já famoso “não vim até aqui pra
desistir agora”, deslumbrava que seu futuro naquela mão, poderia não mais
ter um final feliz, pensou e muito antes da decisão, analisou em sua mente
todas as possibilidades, talvez acreditasse que ainda estivesse em vantagem,
mas fato é que tendo a melhor mão, ou acreditando em um draw no river ele deu call (7000), e agora sabia que se não
obtivesse êxito naquela jogada, havia colocado ao lixo seu título do SAP 13.
Junto com o ríver
(8), caiam todas as fichas de Mano pra cima do pote, era o All In, (2350 fichas aproximadamente foi o que Carbonera e Eu
contamos após juntar o esparramo que o homi
fez nas fichas com o tapa que deu nelas), Tio Lu estava arrepiado dos pés de
coelho a cabeça, talvez passasse em sua mente as trairagens que o river já havia lhe feito pelo caminho,
mas agora não havia volta, o pote passava de 15mil fichas, e naquele momento
perder mais 2300 não mudaria muita coisa, era o call, seguido do showdown
tão esperado.
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Imagem Meramente Ilustrativa (A verdadeira não foi fotografada devido ao tumulto) |
No showdown Mano
apresentava seu (K8), fechara o full
house, Tio Lu, queria logo encontrar o baralho para jogar suas cartas embaixo,
tínhamos a ilustre presença dum jogador profissional (Bruninho) que fizera a
seguinte colocação: “showdown com um dos
jogadores All In não há possibilidade de esconder as cartas”, mas Tio Lu
não quis apresenta-las, o que é totalmente compreensível dada à frustração que sentia,
o Dealer numa tentativa desesperada de sabermos o que tanto Tio Lu trazia
consigo ao longo daquela jornada, virou uma das folhas (10 ouro), mas a outra
não foi possível, a diretoria de comunicação do SAP, tentou após o encerramento
do torneio, tirar essa informação de Tio Lu, porém um dos seus assessores
limitou-se a mandar um sms dizendo “jamais saberão”.
Na calada da noite, recebo uma ligação (estava péssima só
ouvia ruídos, eu também estava levemente embriagado e com muitas dores nas
costas após ter-me submetido a passar por baixo de uma mesa de jogo, no que
considero uma noite infeliz de truco):
Fabiano - “Alô, é quem?’
Carminha – “É Carminha”
Fabiano – “É quem??? Não conheço Carminha nenhuma, está
tarde, estou bêbado e cansado, um abraço!”
Carminha - “É
Carminha, Tia do Tio Lu, eu vi o SAP 13 via internet, estava sem sono, e aqui
em Sidney está chovendo também, eu consegui ver o que o meu sobrinho tinha,
naquela mão derradeira, era um par de 10...”
Fabiano – “O que??? Mão derradeira??? Par de 10??? O que a
Senhora tá falando???”
Carminha - “Era um
par de 10”... tu tu tu tu tu tu...
A ligação caira, eu acordava, as coisas não faziam sentido
(pode ser algo que eu tenha bebido, o que é o mais provável), mas se Tia
Carminha existe, e Tio Lu tinha um par de 10, ele quem vencera aquela mão (full house 10 8 / 8 K de Mano), mas será
que com toda a experiência pokeriana, Tio Lu não deu-se conta de que havia
vencido??? Será que Tia Carminha foi apenas um devaneio numa noite de outono???
Será que realmente existem coelhos na Austrália???
Jamais saberemos!
Fabiano David
senhores mesmo com a tentativa de ajuda da tia Carminha... JAMAIS SABERÃO
ResponderExcluirsó uma duvida... tia Carminha me deixou encucado agora... eu ganhava com um par de 10?????
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