Fabiano (Sequência 7 a 3) X (Carbonera e Cléber Sequência de 5 a As) e Mano (Ar puro)
Dae galera, beleza? Depois de
muito tempo resolvi voltar a escrever uma UH, esta é a primeira do ano e já
estamos em Abril.
Quando surgiu a coluna a idéia
era contar à mão que mais chamou atenção no torneio SAP do fim de semana e dar
uma zoada com os jogadores, no início nenhum de nós sabia exatamente o que
estávamos fazendo (uns continuam assim até hoje), então a coluna era mais piada
mesmo, depois, conforme fomos estudando e aprimorando o jogo, a coluna acabou
se tornando uma análise técnica das jogadas onde procurávamos entender o
raciocínio de cada jogador, apontando erros e acertos, e talvez isso tenha
deixado a coluna um tanto quanto chata, por isso acabei parando de escrever
semanalmente, afinal, o nosso jogo (SAP) é recreativo, quem sou eu para julgar
se o que os caras estão fazendo é certo ou errado, e se for errado que se dane,
afinal estamos aqui para nos divertir, se fossemos profissionais do jogo,
certamente não trabalharíamos nos CAVs, Concessionárias ou servindo o Exército
Brasileiro, mas esta mão de sábado (Evento 48), realmente teve muitos pontos
técnicos que cabem reflexão, e por isso voltei aqui para discutirmos essas
questões.
Os blinds estavam 600/1200,
quando Carbonera do UTG limpa deixando 25k na stack, Luciano ao seu lado folda,
a ação chega até Mano, que assim como Cléber em seguida optam por call, ambos com
stacks próximas a 30k, na sequência Adriel então chip leader da mesa faz um estranho
raise pra 2BBs (2400), e aqui já cabe a primeira análise da mão.
Independente do que tenha Adriel,
não faz muito sentido este raise para 2BBs, porque:
Com os monstros AA/ KK/ QQ/ AK,
ele precisa em tese se isolar com um ou no máximo dois jogadores para que
consiga fazer prevalecer o valor da sua mão, coisa que com este raise,
certamente ele não vai conseguir, todos os limpers iniciais darão call, além de
certamente levar junto consigo para o flop os jogadores dos blinds, que estarão
apetitosos com o “desconto” que terão para jogar um mega pote, e nesta
situação, jogar um AA contra outros cinco, seis jogadores certamente não vai
ser a coisa mais lucrativa do mundo.
Por outro lado, se ele tem uma
mão especulativa que precisa das comunitárias pra construir algo, como (QJ, 87,
56) seria mais interessante apenas dar call no limp, acertando o flop segue na
mão, errando folda e sai com prejuízo mínimo mas... as ações seguiam.
Daniel no Cutoff e Rafael no
Botão foldaram, eu estava no SB com meu belíssimo 64 de espadas, e como disse
ali em cima, sabia que certamente os limpers iniciais dariam call no raise de
Adriel, então teria que completar 1800 para jogar um pote que iria certamente
passar de 12k, porém o risco aqui era que Carbonera (o limper inicial do UTG), shovasse
sua stack pelo tamanho que já encontrava-se o pote, e certamente eu teria que
abandonar 1800, pois não teria como pagar um shove com 64 de espadas, uma vez
que era o short stack da mesa neste momento, mas preferi correr o risco.
Para minha surpresa Kleyton então
no BB, acaba foldando (aqui é call any two cards filho!!!), Carbonera então
para alívio geral da nação completa o call, assim como Mano e Cléber, iríamos
para o flop com 13,2k no pote.
Claro que sem posição e com 64 de
espadas, não havia invenção, não havia blefe jogando contra quatro vilões, era
flopar um monstro algo como 66X, 53X ou flush draw, só assim poderia continuar
para o turn, o plano estava traçado.
Abriu-se o flop 7, 5, 3 com duas
de espadas... é brincadeira? 7, 5 e 3 com duas de espadas, eu flopo nuts e
straight flush draw, continha abençoada, Adriel era o agressor pré flop, então
eu não sairia donkando nesta situação, esperaria as ações dos demais, para ver
quem tomava partido da agressão agora.
A mesa rodou check até Adriel,
que tenderia a c-betar aqui com Ases, Reis e Damas, sem nada, optaria pelo
check behind, é o que ele faz, iríamos para o turn com os mesmos 13,2 k no
pote.
O turn traz um 2 de ouros, eu
continuo com o nuts, e sendo o primeiro a falar, saio de lead, afinal, não
adianta ter o nuts e não conseguir lucrar com isso, eu faço uma aposta para
5,5k, Carbonera e Mano optam por call, mas Cléber então anuncia All In, Adriel
acaba foldando sem sabermos o que ele carregava, assim ficamos sem entender o
que pensou quando fez aquele raise pré flop, a ação voltava a mim.
Com as ações acontecidas no turn,
o pote passou de 13,2 k, para mais de 55k e eu tinha algo em torno de 11 a 12k
de sobra, com o nuts era um call fácil, e o melhor que certamente nem Mano e nem
Carbonera foldariam, então sairíamos do turn direto pro showdown com 4 quatro
jogadores em All In e um pote com 4
stacks inteiras na mesa, que beleza!!!
No showdown Cléber e Carbonera
apresentam A4 off, ambos com a sequência baixa, Eu tenho 64 de espadas o Nuts
com a sequência alta, Mano tem 86, fica com uma certa desolação ao ver que 3 de
seus 8 outs estão nas mãos dos vilões, assim torcia muito para que o ríver
trouxesse um dos quatro 9s ou o último 4 restante.
Para minha alegria no ríver dobra
o 5, eu fico com o pote gigantesco, Cléber e Carbonera dividem o segundo pote e
Mano encaminha-se para o rebuy, ação que acabara repetindo outras vezes neste
fim de semana.
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Imagem Ilustrativa |
Mano, justificou o call turn pelo
pote (tinha odds para isso) com as duas pontas (8 outs) para sequencia alta era
justo, para sua tristeza não pode contar com 3 deles, e acabou ficando em maus
lençóis e sem stack, só escaparia se tivesse foldado antes de dar o call de
5,5k, mas com as duas pontas era difícil largar.
Cléber e Carbonera com sequências
também não poderiam fazer algo diferente, eu conseguia então quintuplicar a
minha stack, começando a mão como short e terminando-a como chip leader
absoluto do torneio, na mão seguinte a essa ainda recebo um KK que consigo
capturar o que sobrou da stacks de Cléber e Carbonera, e assim encaminhava a
cravada do evento 48, que acabou se concretizando no fim do dia.
Final feliz para o cronista, mas
as perguntas continuam.
O que Adriel tinha em mãos e o
que ele pensava quando fez um mini raise contra três limpers à sua direita?
E Carbonera, deveria ou não ter
shovado seu A4 pré flop?
Kleyton sabe-se lá com que não
deveria ter completado 1200 pra jogar um pote que seria de 14,4k?
E a minha jogada? Será que foi
correto dar este call com 64 de espadas fora de posição, estando short stack para
jogar um flopa ou foge???
A vida segue e o baralho continua
castigando.
Um abraço e até a próxima.

Parabéns pela analise ai e pelo texto, show de bola! Particularmente acho que mesmo nosso evento sendo recreativo o amigo deveria voltar a escrever semanalmente pois alem de divertido ainda serve como base de estudo e analise para todos.
ResponderExcluirUm forte abraço
Luciano Coelho